sexta-feira, 22 de março de 2013

Memórias d’um Barrigana – Cogumelos, túbaras e espargos

Boas pessoal,

Hoje dei por mim a relembrar os tempos em que ia com o meu pai, e um vizinho nosso, ao “campo” apanhar túbaras, cogumelos e espargos selvagens.
Eram belos tempos, saiamos ou logo pela manhã, ou logo depois do almoço e íamos para zonas onde só se podia ir de jipe e passávamos lá algumas horas a tentar apanhar estas três iguarias.
Primeiro os cogumelos. Procurávamo-los junto da base dos troncos das árvores, mas não levávamos todos, essa era a tarefa do nosso vizinho, ele é que sabia ao certo quais os que podíamos levar e os que não. Eram sempre uma delícia numa omelete, ou salteados com pedaços de carne e calda de pimentão.
Os espargos eram os mais fáceis, cresciam sempre junto a plantas curtas. Eram facilmente identificáveis pelas suas “cabeças” em forma de “espiga”. Cozidos, salteados, grelhados ou até numa omelete, iam sempre bem.
Já as túbaras eram a “piece du resistance”. Eram as menos comuns e as mais difíceis de apanhar. Para quem não as conhece são fungos (da família das trufas), que crescem debaixo da terra (à semelhança das batatas, dai serem denominadas por batatilhas em alguns locais) junto das raízes de carvalhos e sobreiros. Por norma, o seu tamanho é variado, vai desde tamanho de pequenas bolas de golf, até ao tamanho de laranjas. O seu preço ronda os 10€ por quilo, dai nós caso apanhássemos muitas as vendêssemos, se apanhássemos poucas, iam para a frigideira.
Eram óptimas também com carne de porco, ou numa omelete tipo “à espanhola”. Uma verdadeira iguaria.
Belos tempos esses.

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