quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A “RUA DO SR. DIAS”

Boas pessoal,

Hoje dei por mim a recordar um sítio… mais do que um sítio, ou do que um pequeno restaurante, uma “CASA”, que tinha o poder extraordinário de juntar pessoas. Tenho a certeza que toda a gente tem uma “casa” destas.
Conto-vos já a história da “minha”.
Estou a falar de um pequeno restaurante, infelizmente encerrado há anos, situado na Calçada de Santo Amaro, chamado “Sr. Dias” (ou pelos menos as pessoas que lá iam sempre o chamaram assim). Era uma casa humilde, sem grandes instalações, o espaço era bastante reduzido e não tinha um toldo, como a maioria dos restaurantes de hoje em dia.
Mas sinceramente não importava, o “Sr. Dias”, era sempre o “Sr. Dias. Era daqueles restaurantes aos quais as pessoas vão, não tanto pela comida (que também era óptima), mas pelo próprio simbolismo do local e pela simpatia das pessoas.
Tenho a certeza de que ainda hoje, todos os que lá iam têm, por vezes, um comentário do género…”Aaaah! O Sr. Dias…”, ou “Lembram-se do Sr. Dias?”. Nunca ninguém esquece.
Eram normalmente jantares que se prolongavam noite dentro, sempre acompanhados por uma boa refeição que incluía uma “mista de carne” e, para quem não comia carne, uma omelete. Também não podia faltar a sangria e a tão cobiçada sobremesa, normalmente “doce da casa”.
Ainda hoje, as pessoas que não tiveram o privilégio de poder frequentar o “Sr. Dias” ouvem saudosos relatos acerca destas, sempre tão divertidas, noitadas. No fundo, e com o passar dos anos, este restaurante tornou-se um “sítio de culto”, não só para os que o frequentaram, mas também para quem ouve estas histórias.
O que havia de mágico neste restaurante era o facto de ser daqueles sítios que nos faz e onde nos fazem sentir em casa.
Para mim, (e talvez para muitas outras pessoas) aquela rua irá sempre chamar-se a “Rua do Sr. Dias”.

Design por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Maroush – Restaurante Libanês em Londres

Boas pessoal,

Hoje, pela primeira vez e em exclusivo para os Diários d’um Barrigana, venho falar-vos de um restaurante além fronteiras.
Há algum tempo tive a oportunidade de visitar Londres e como não podia deixar de ser, eu como Barrigana, experimentei vários restaurantes.
Ao contrário do que possam pensar, a minha primeira refeição não foi tipicamente inglesa, mas sim tipicamente….Libanesa. Sim, Libanesa. O restaurante chama-se ”Maroush I” e naquele primeiro dia, já tinha passado por ele, mas como andava de “cabeça no ar” não tinha reparado e, sinceramente, não estava muito interessado em jantar lá. Apesar disso, e depois de muito andar “às voltas”, foi-nos recomendado, por alguém que já conhecia, e meus amigos, foi das refeições mais memoráveis dessa viagem.
O restaurante faz parte de uma cadeia de restaurantes de cozinha libanesa fundada pelo chef Maarouf Abuzaki em 1981 e, por coincidência (só agora descobri isto depois de uma pesquisa), o primeiro restaurante foi este, o “Maroush I” na 21 Edgware Road London, perto de Marble Arch.
A comida é um festival de sabores, rico em especiarias e várias texturas. Começámos pelo tão célebre húmus. Vou confessar-vos, não sou grande fã de grão, mas aquele húmus…huuummm…óptimo, cremoso, ligeiramente picante, coberto de paprika e acompanhado por pão libanês (uma espécie de pita).
Depois veio a “moussaka” é um prato muito célebre em vários países mediterrânicos, balcânicos e do médio oriente. Consiste em beringela salteada com molho de tomate, cebola, pimentos e grão-de-bico, é um prato diferente do que se faz, por exemplo, na Grécia.
Comemos também um super aromático arroz libanês e um “Kafta Yoghurtlieh”, que é um espeto de carne moída, temperada com especiarias, assado na brasa e que é servido com iogurte.
Por tudo isto vão cinco Barriganas.
Em termos de ambiente, é um daqueles restaurantes que está sempre cheio nas horas de refeição, tivemos que esperar, em pé, cerca de 20 minutos, que passaram muito lentamente, pois a cozinha é “aberta” e nós vamos vendo os pratos com óptimo aspecto a saírem e nós, nada. É muito barulhento e não é daqueles sítios, que nós portugueses adoramos, em que possamos “fazer sala” durante horas. Contudo, para restaurante de cozinha mais rápida (não confundam com “fast-food”) é confortável e a comida é muito boa, portanto vale bem a pena a espera. Por isso, três Barriganas para o ambiente.
No que diz respeito ao preço, e comparando com a realidade portuguesa, é um pouco “mais puxado”, ou seja, uma refeição com quatro pratos para três pessoas e três bebidas ficou por cerca de 15 a 20 libras por pessoa, que é entre os 17 e os 23 euros. Tendo em conta a realidade inglesa, não é um restaurante caro.
Para um primeiro dia de viagem ficámos muito bem aviados. Se forem a Londres ou se estiverem a pensar seguir os conselhos do nosso “tão querido” Governo e considerarem emigrar para Londres, experimentem, vale a pena.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Chef Hélio Loureiro

Caríssimos,

Hoje, em mais Desafio do Chef, o Barrigana vai fazer “Challenge Accepted!” a uma receita do chef Hélio Loureiro.
Conhecido por muitos pelo cozinheiro da Praça d’Alegria, o chef Loureiro é já uma figura incontornável do panorama gastronómico nacional. Apresentou também, na RTPN (Informação) um magazine semanal de culinária e gastronomia, “Gostos e Sabores”, onde dava a conhecer as ementas favoritas de figuras públicas e locais de Portugal e do Mundo.
De momento, o Chef é o responsável gastronómico pela selecção de “todos nós” (Selecção Portuguesa de Futebol). Por isso, se em algum jogo vos parecer que os nossos jogadores estão fraquinhos e sem energia, bom, falem com este senhor.
Ora, se o chef Hélio Loureiro, no seu programa, dava a conhecer as ementas favoritas de várias personalidades, eu agora dou a conhecer um prato da ementa do chef. Pode ser que os senhores da RTP me dêem um programa também.
O prato é “Bolinhas de atum crocantes e vão precisar de:

- 1 lata de conserva de atum;
- 50g de farinha;
- 50g de manteiga;
- 4dl de leite;
- 1 colher de café de salsa;
- 1 colher de café de cebolinho;
- 1 ovo cozido picado;
- 50g de pão ralado;
- 1 ovo;
- Sal e pimenta q.b.

Em primeiro lugar, escorre-se bem a gordura do atum. Depois, derrete-se a manteiga e junta-se a farinha, mexendo sempre para não queimar. Junta-se o leite aos poucos, até se formar um creme espesso e junta-se o atum desfiado, o ovo cozido, a salsa e o cebolinho picados, temperando com sal e pimenta. Mexe-se tudo muito bem, retira-se do lume, deixa-se arrefecer e leva-se ao frigorífico durante cerca de 30 minutos.
Nesta fase, com as mãos untadas com um pouco de azeite, enformam-se as bolas e passamo-las pelo ovo batido e pelo pão ralado. Leva-se ao forno a tostar, até ficarem douradas, num tabuleiro com papel de alumínio untado com muito pouco azeite.
Espero que esta me garanta um “tachinho” na RTP, ou pelo menos uma ida “à pála” a um jogo da selecção.

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Filme “O Chef” (“Comme un Chef”)

Meus caros,

Hoje venho sugerir-vos um filme, mas que, como não poderia deixar de ser, tem por tema principal…comida.
Ora, o filme em questão chama-se “O Chef”, é um filme francês que trata sobre a história de Jacky Bonnot, um “chef” amador, com um talento natural para a alta cozinha e que sonha com uma carreira de sucesso num restaurante de topo. Apesar disto, a sua situação financeira leva-o a aceitar “pequenos trabalhos” que não consegue manter. Até ao dia em que se cruza com Alexandre Lagarde, o seu ídolo de sempre, um reputado chefe que tem o seu cargo em risco e cuja vida vai mudar depois de se cruzar com Jacky.
É um filme que recomendo vivamente para quem esteja a precisar de uma boa dose de boa disposição e que também goste de culinária.
São 84 minutos plenos de pratos clássicos da cozinha francesa, por isso se estiverem a pensar dar um jantar de gala, ou coisa parecida, ficam com umas boas dicas.

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Lincoln - Tarte de Maçã (Apple Pie)

Caríssimos,

Hoje, em mais um Especial Diários d’um Barrigana Óscares 2013, trago-vos duas “coisas” “as american as Apple pie”, como dizem os nossos vizinhos do outro lado do atlântico.
Em primeiro lugar, o filme que vos sugiro hoje é “Lincoln” de Steven Spielberg. É um drama focado no tumultuoso período do final de mandato do histórico 16º presidente, Abraham Lincoln, interpretado por Daniel Day-Lewis. No meio de uma guerra civil, que mantém o país dividido, e à beira de mudanças profundas, Lincoln com uma profunda noção de justiça, coragem e determinação vai fazer escolhas que irão alterar o destino das gerações futuras.
Ora, um dos grandes personagens da história americana e mundial e um dos presidentes mais acarinhados pelos americanos, merece que se faça um dos pratos mais acarinhados por esta nação, ou não estivesse ele presente no ditado acima. É um dos pratos mais clássicos e populares da cozinha americana e que na altura do Sr. Presidente, provavelmente já existia.
Tarte de Maçã (Apple pie) com crosta Lattice. Vão precisar de:


(Massa)
- 3 a 4 chávenas de farinha;
- cerca de 5 colheres de sopa de manteiga;
- 1 colher de chá de sal;
- 1 colher de sopa óleo vegetal;
- cerca de 33 cl de água fria;
(Recheio)
- 2 Maçãs
- 1 colhe de sopa de Açúcar (amarelo);
- 1 a 2 colheres de chá de canela;
- 1 a 2 colheres de chá de noz-moscada;
- 1 colher de sopa de sumo de limão;
-1 ovo;
Primeiro, para a massa, junta-se a farinha e o sal com a manteiga, o óleo vegetal e a água fria (que se junta gradualmente). Nesta fase, amassa-se a mistura até formar uma bola, que se leva ao frigorífico por uma hora.
Depois, em relação ao recheio, descascam-se e fatiam-se as maçãs em quartos, às quais se junta o sumo de limão. Posto isto, junta-se o açúcar, a canela e a noz-moscada e reserva-se a mistura.
Depois estica-se metade da massa e posiciona-se na forma para levar ao forno, à qual se junta a mistura da maçã. Estende-se a restante massa e corta-se em tiras com cerca de 0,5 cm. Para finalizar, dispõe-se estas tiras entrelaçando-as e pincelando com o ovo batido o topo e os rebordos da massa.
Neste caso, optei por fazer umas bem mais práticas para ver filmes, “mini apple pies”.


Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Nunca mais comi…

Meus amigos,

Nunca vos aconteceu estarem perdidos nos vossos pensamentos e de repente, vindo de não sabemos onde, vem-nos à cabeça um pensamento estranho e totalmente inesperado?
Bom, foi o que me aconteceu precisamente hoje. Vieram-me à memória uma série de iguarias nas quais nunca mais ferrei o dente. Eram elas:
Túbaras com ovos – As túbaras são fungos, parecidos com as trufas, que crescem junto às raízes dos sobreiros. Lembro-me que antigamente ia muitas vezes aos fins-de-semana apanhá-las “ao campo” com o meu pai e depois ele fazia-as com ovos mexidos. Simplesmente deliciosas.
Toucinho assado, na fogueira, com pão – Muitas vezes quando se cortavam alguns ramos de árvores, em minha casa, fazíamos uma grande fogueira. Nessa altura, assávamos toucinho salgado e quando começava a pingar… (esta era a melhor parte) usávamos o pão para absorver essas gotas de gordura, era o chamado “pingo”. Era uma perdição.
Sandes de Coirato – Daquelas com pelo e tudo. A última que comi foi em “1900 e troca o passo”, num jogo no velhinho estádio do Sporting Clube da Barrosinha (em Alcácer) num jogo qualquer do torneio do 25 de Abril. Aí era onde se fazia a melhor “sande” de coirato do universo. Era também neste sítio que ela me sabia melhor, sempre acompanhada por um sumol de laranja, bebido na garrafa mais empoeirada da grade. Tudo o que me interessava era aquilo, não é que o futebol não me interessasse, eu tentava mas não dava, a qualidade de jogo era má e a bela da “sande” boa demais.
E vocês? Têm alguma comida que adoravam comer e nunca mais comeram?

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Churrasqueira da Luz

Boas pessoal,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de um sítio especial. Em primeiro lugar tenho uma teoria de que todos nós temos um sítio onde vamos comer, ou onde vamos buscar comida, que nos é muito especial. Daqueles que por vezes têm comida que acaba por nos entrar no sistema e que por muito simples e “corriqueira” que seja, para nós não existe melhor sítio do que aquele.
Todos nós, e digo com certeza, que todos nós conhecemos um sítio que faz o melhor frango assado de todos os frangos assados. Bem o mesmo acontece comigo, para mim o melhor frango assado de todos é o da “Churrasqueira da Luz”, na Estrada da Luz.
E vou já explicar porquê. Para mim o frango assado é um daqueles pratos tipicamente português (apesar de se fazer em muitos outros países), que já se comeu em vários sítios, tantos que já se perdeu a conta do número e das várias maneiras, molhos e acompanhamentos com que se comeu, até se ter tornado, a nosso ver, num prato que já não nos pode surpreender. Acaba no fundo por ser um prato bastante apreciado, mas que na maior parte das vezes não tem grandes hipóteses de nos surpreender.
Bem, o frango da Churrasqueira da Luz é um desses casos, que por muitas vezes que vá lá, nunca me consegue surpreender, é sempre muito bom. Por muitos frangos assados que coma nenhum me sabe como AQUELE, bem temperado e caso queiramos “ensopado” em molho picante, acompanhado pelas tão tradicionais batatas titi. Um conselho, deixem sempre as peles para o fim, para mim é o melhor de tudo.
Para além do frango existem também outras especialidades assadas na brasa, como salsichas toscanas, bacalhau ou entrecosto, sendo que as duas últimas são feitas consoante encomenda.
Por tudo isto são bem merecidos os cinco Barriganas para a ementa.
No que diz respeito ao ambiente, é uma casa muito pequena que se dedica única e exclusivamente à venda de comida para fora, logo, apenas existe um pequeno espaço para que possamos esperar pelo nosso tão cobiçado franguinho. O que por vezes, quando a casa está cheia, acaba por ser um pouco como uma miragem no deserto, cheira-nos muito bem ao frango a assar, quase que o podemos saborear, mas ao mesmo tempo está longe demais para ser alcançado. O atendimento é muito familiar e simpático.
Neste caso os quatro Barriganas parecem-me bem atribuídos.
Quanto ao preço, ronda os 9 euros por um frango e um pacote de batatas familiar, o que nos dá para cerca de duas refeições, isto é se não formos brutos e se conseguirmos resistir ao franguinho. O que para mim significa que merece os quatro Barriganas.
Recomendo que vão experimentar esta verdadeira iguaria.

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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Domingos Azevedo – XL – Lisboa


Domingos Azevedo, nasceu há 58 numa aldeia transmontana, o seu contacto com a “cozinha” surgiu quando se mudou para Lisboa, onde os pais tinham um restaurante.
Começou como ajudante de cozinha no Hotel Florida, onde começou a aprender e evoluir.
Dizem que faz o melhor foie gras de Lisboa (mas não é esse prato que vos trago hoje), apesar disto, não cede a entusiasmos e defende que o seu ingrediente secreto é gostar daquilo que faz.
De resto, o seu percurso no XL, do qual é responsável em conjunto com o chef Vasco Gallego, tem sido seguro e pautado pela qualidade elevada.
O que gosto na receita deste chef é o facto de com elementos simples, ele preparar um souflé elegante, clássico, mas que nunca deixa de ser um prato especial do restaurante XL.
Para o souflé XL, vão precisar de:


100 g de bechamel (2 colheres de sopa de margarina, 2 colheres de sopa de farinha e cerca de 20 a 40 cl de leite, consoante queiram o bechamel mais líquido ou mais espesso);
2 ovos (separar as gemas das claras);
50 g de queijo mozzarella;
50 g de espinafres.

Primeiro, para o bechamel, num tacho derrete-se a margarina à qual se junta a farinha e deixa-se cozinhar por um minuto. Posto isto, junta-se o leite aos poucos, até se formar um creme suave. Para finalizar tempera-se com sal e pimenta.
De seguida, separa-se a gemas das claras e depois, batem-se as claras até formar um castelo firme.
Numa tigela junta-se o molho bechamel, as gemas, os espinafres (previamente cozidos e picados) e no fim, as claras em castelo. Envolve-se tudo levemente , com o cuidado de não bater a mistura para que não perca o “ar” das claras, que é fundamental para que o souflé ganhe forma.
Finalmente, leva-se ao forno a 2000 C numa tigela (ou tigelas) funda, previamente untada com manteiga, durante 25 minutos.
Para um prato clássico e elegante até é bastante fácil de preparar. “Challenge Accomplished!”


Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Homem vs Comida


Tenho uma teoria, muitas vezes, ao longo da nossa vida travamos batalhas que nos aparecem “escondidas”, no mais normal prato de comida.
Quantas vezes se perguntaram …“quem irá ganhar? Eu, ou a comida?”
Quantas vezes pensaram que não iam acabar a refeição?
Quantas vezes demoraram quase duas horas num almoço, porque tiveram que fazer várias pausas para respirar?
A mim já me aconteceu várias vezes, talvez mais vezes do que o desejável.
Para mim os restaurantes de buffet são autênticas “Guerras Mundiais”, onde para vencer eu chamo os meus aliados, garfo e faca (ou pauzinhos nos chineses ou japoneses), dentes e a minha Barrigana, claro.
Por isso deixo-vos aqui algumas dicas para poderem superar essas batalhas mais facilmente.
Primeiro ponto, se tiverem um almoço marcado num restaurante buffet preparem-se bem. Nunca, mas nunca tomem um pequeno-almoço pesado, nada de pão, apenas fruta ou cereais, mas em pequenas quantidades.
Segundo, nunca peçam bebidas com gás para acompanhar a refeição, se não é morte certa.
Terceiro, tenham sempre à mão pastilhas elásticas, ajudam sempre depois da refeição.
Mas o maior conselho que vos deixo é de que é preciso uma Barrigana forte para aguentar este tipo de desafios. Não necessariamente grande, mas forte.

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

“Argo” – Aab Havij Bastani

Caríssimos,

Como vos tinha avisado, venho deixar-vos a minha primeira sugestão para degustarem enquanto vêem o filme “Argo”.
Em primeiro lugar, este filme foi realizado e protagonizado por Ben Affleck e é baseado em factos verídicos que tiveram lugar no Irão entre 1979 e 1980.
Passa-se mais especificamente aquando da invasão da embaixada norte-americana em Teerão, por militantes, em plena revolução iraniana, onde foram feitos 52 reféns americanos. Mas no meio deste caos, seis americanos conseguiram escapar e acabaram por se refugiar na casa do embaixador canadiano.
Sabendo que seria apenas uma questão de tempo até que fossem encontrados, e muito provavelmente mortos, a CIA envia um especialista neste tipo de operações para o local. Tony Mendez (Ben Affleck) vai tentar salvar a vida destes seis americanos recorrendo a um engenhoso e inesperado plano.
Incrível, cheio de suspense e com algum humor, é uma óptima escolha para iniciar esta “odisseia cinematicó-culinária” pelos filmes que estão a concurso na categoria de melhor filme para os Óscares 2013.
Ora, no que diz respeito à “paparoca” para acompanhar este filme, sugiro uma bebida/sobremesa Iraniana (ou Persa), já que a acção principal do filme se desenrola no Irão.
Apresento-vos Aab Havij Bastani, ou em bom português, sumo de cenoura com gelado de baunilha.
É muito fácil, vão precisar de:

Gelado de baunilha (2 bolas por pessoa);
Cenouras (2 por pessoa);
Canela (opcional)
Noz-moscada (opcional)
Sumo de cenoura e laranja tipo super-mercado

Este é um que no Irão é usado como uma bebida doce, fresca, revigorante e saudável.
Para além disso, é uma bebida/sobremesa muito fácil de se preparar.
Para fazer o sumo de cenoura, cosem-se as cenouras até ficarem moles, depois com a ajuda da varinha mágica reduz-se a puré. Ainda com a varinha mágica vai-se adicionando gradualmente o sumo de cenoura e laranja, até que a mistura fique com uma consistência do vosso agrado.
Num copo ou taça, junta-se duas bolas (ou mais, para os mais gulosos) de gelado de baunilha e o sumo de cenoura a gosto. Posto isto, tempera-se com canela e noz-moscada a gosto.
Como vêem nada mais fácil e depois é só desfrutarem da bebida e do filme.



Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Especial Óscares 2013


Olá pessoal,

O Barrigana resolveu vestir de novo o smoking, mas desta vez é para vos trazer uns muito especiais Diários d’um Barrigana dedicados à cerimónia de entrega dos Óscares 2013.
Aliás, tive até um convite, do próprio Spielberg em pessoa (sim porque eu ele somos “unha com carne”), para ir à cerimónia, mas tive de recusar para poder fazer este Diários d’um Barrigana Especial só para vocês. Quem é amigo, quem é?
Nestes especiais vou-me desafiar a fazer o prato ideal para comerem enquanto vêem cada um dos filmes que estão a concurso na categoria de melhor filme.
Por isso, vão ficando atentos a mais novidades nas próximas semanas até à data da cerimónia.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O meu prato favorito era…

Meus amigos,

Como devem imaginar, o Barrigana nem sempre existiu no seu “formato actual”. É verdade, antigamente, quer acreditem ou não, era um miúdo mais ou menos normal, com alguma tendência para a Barrigana, mas, ainda assim, normal.
Eram tempos em que apenas tinha um prato favorito. Se na altura me perguntassem qual era, tinha a resposta bem preparada na ponta da língua, “Choco frito com batatas fritas”. Sim é verdade, apesar de ser um prato típico de Setúbal, em Alcácer também tem uma grande tradição, principalmente o feito pela minha mãe.
Já na altura eu tinha um gosto muito específico, enquanto qualquer outra criança responderia, bife com batatas fritas, pizza, ou assim, eu não. Claro que se me passasse pela frente algum desses pratos “marchava” em menos de nada, mas não era bem aquilo que me satisfazia plenamente.
Para contrariar, hoje em dia, se me perguntarem qual o meu prato favorito, há várias hipóteses, na verdade acho que a lista é quase interminável, poderia ficar aqui durante dias a fio a nomeá-los.
Por isso, e para não vos mentir, nem entrar em “curto circuito” de tanto pensar, prefiro nem tentar tal proeza.
E vocês? Qual é o vosso prato favorito?

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O Fondue de Lisboa – Lisboa (S. Sebastião da Pedreira)

Meus amigos,

Hoje venho partilhar convosco uma experiência pela qual passei e pela qual não passava há já bastante tempo.
Venho falar-vos de um almoço, muito especial, que tive no restaurante Fondue de Lisboa e que me encheu o estômago, os olhos e o coração até ao ponto de quase explodir. É o que se chama na minha terra, estar “cheio que nem um ovo”. E meus amigos, neste dia fiquei “cheio que nem um ovo de avestruz”.
Para quem não sabe, o restaurante “O Fondue de Lisboa” abriu no passado mês de Novembro de 2012 na Rua Tomás Ribeiro, mas tem como “casa mãe” o famoso restaurante “O Fondue do Barreiro” , fundado nos anos 80.
Grelhado ou frito, o restaurante apresenta uma série de opções de fondue, de queijo, carne, peixe e marisco como prato principal, ou o sempre tão apetecível, fondue de chocolate.
Em termos de carne, a ementa oferece sabores mais exóticos, como carne de crocodilo, zebra, girafa, bisonte, porco preto, entre muitas outras iguarias.
Por muito estranho que vos pareça, estas carnes exóticas são muito saborosas, ou pelos menos as que comi. Nesta ocasião, tive a oportunidade de provar três tipos de carne para fondue, vitela, veado e a inesperadamente saborosa, carne de canguru.
Já sei que os mais sensíveis de vós estão agora a pensar, “óóóóhhh! Coitadinho do canguru!! Seu carniceiro!”, sim mas se estivessem lá e a provassem iam ver, mesmo que fossem vegetarianos, reconvertiam-se aos prazeres da carne.
Mas não são só as carnes, também as entradas constituídas por várias saladas frias (de polvo, ovas, cogumelos…) e servidas em quantidades industriais, são óptimas, assim como o tão desejado fondue de chocolate. AHHH!! o fondue de chocolate… é um decadente desfile de doces (marshmallow, profiteroles, gelado e chantilly) que, para “estragar tudo”, são mergulhados em chocolate negro fundido.
Depois de tudo isto só poderia atribui cinco Barriganas à ementa deste restaurante.
Em relação ao ambiente, é um restaurante casual, com muito boas instalações e até é possível, caso queiramos, ir visitar na sala de baixo o talho de onde vêm as carnes que fazem parte da ementa, e que, caso queiramos, podemos comprar para confeccionar em casa. Somos recebidos e atendidos com muita simpatia e caso seja a primeira visita, os funcionários têm a preocupação de explicar-nos todas as opções de fondue que apresentam.
Por isso, os quatro Barriganas são bem merecidos.
No que diz respeito ao preço da refeição, não é tão acessível para as carteiras mais apertadas, apesar disto, e tendo em conta a qualidade e os incomuns tipos de carne que são oferecidos, acaba por ser um valor que em ocasiões especiais vale muito a pena despender. Daí os três Barriganas para o preço.
Em suma, é uma boa opção para quem está interessado em sair da rotina e experimentar diferentes tipos e maneiras de confeccionar carne, peixe e marisco.

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Chef António Nobre – Degust’AR, Évora – “O fazedor de sorrisos”

Boas pessoal,

Hoje venho fazer “Challenge Accepted” ao desafio do Chef António Nobre. Para quem não sabe, este chef é meu “compadrê” pois é alentejano e tem contribuído muito para a divulgação da cozinha alentejana, explorando com mestria os sabores e aromas da região.
Presentemente tem entregue a si a cozinha dos Hotéis M’AR De AR, assim como do restaurante Degust’AR, onde desenvolve a sua “arte” tendo por base uma gastronomia autêntica, ligada aos produtos da terra, sem, no entanto, ter receio de ser original e assumindo a autoria das suas propostas.
Que é o que nos apresenta através desta salada de salmão fumado com queijo fresco, manga, coentros e maionese de kiwi.
Challenge Accepted!!


Os ingredientes são:
200g de salmão fatiado;
2 mangas maduras;
200g de queijo fresco;
30g de alface frisada;
30g de alface roxa;
30g de alface chicória (não encontrei :));
20g de coentros;
2 kiwis;
2dl de maionese;
30g de rúcula (opção própria);

Em primeiro lugar descasca-se as mangas e cortam-se em fatias, lava-se e corta-se as alfaces e colocam-se num recipiente com os coentros picados. Para a maionese de kiwi basta cortar os kiwis em pequenos cubos e envolver na maionese (caso os kiwis estejam bem maduros, irão ficar um pouco macerados e vão libertar sumo, o que ajuda a ligar os dois elementos).
Corta-se o queijo fresco em cubos. Posto isto, com a ajuda de um aro (que eu não usei) monta-se a salada, começando pela manga, seguida pelo salmão e pela salada que é coberta pela maionese e pelos cubos de queijo fresco.
O chef António Nobre deixa a dica de servir esta salada com pão torrado e com um vinho branco bastante frutado.
É uma das receitas que vai ser repetida no Verão. De certeza!
Espero que gostem.

Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia


Olá pessoal,

Hoje vou fazer "Challange Accepted" ao desafio de um chef que é meu "compatriota".
Curiosos? Fiquem atentos, porque o desafio de hoje promete.

Design por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia


Barrigana a lidar com a crise I –A comida que cai no chão

Meus amigos,

Como infelizmente já é normal em todo o país, o Barrigana também se sente afectado pela tão “famosa” crise.
Então não podia deixar de vos dar uns pequenos conselhos para ajudar a lidar com a crise, com algum humor, espero, e…enquanto comem claro.
Por hoje fica, o primeiro de muitos conselhos, intitulado, comida que cai no chão.
Muitas pessoas não lidam bem com a comida que cai no chão. É uma questão delicada, bem sei e quero esclarecer que se não quiserem seguir os seguintes conselhos do Barrigana, estão completamente à vontade.
A habitual reacção da maioria das pessoas á comida que cai no chão é qualquer coisa dentro do…”heuw, vai pró lixo…”, ou “ah, m….maldição!! lá se foi uma hora gasta a fazer aquele bolo…lá vai pó lixo” e, a meu ver não tem que ser assim.
Meus amigos, para os que não sabem, existe uma regra secreta, mas muito bem estabelecida no subconsciente de todos nós (se não há deveria haver) que diz que se a comida não estiver mais de 20 segundo em contacto com o chão, não há tempo para as bactérias se instalarem. Então se ninguém estiver a ver ainda melhor.
Mas existem exceções, por exemplo se estivermos em pleno Bairro Alto ou assim, deixem ficar no chão, ou então são capazes de apanhar alguma coisa séria.
Nos casos de comida que cai no chão o bom senso também é sempre uma óptima ajuda. Não desperdicem o divinal prato que estavam a preparar para o vosso jantar só porque esteve durante 10 segundos em contacto directo com meia dúzia de bactérias. E pensem que esse contacto até é benéfico para nós, assim o nosso organismo até vai criando anticorpos para combater essas bactérias.
Eu pelo menos gosto de pensar assim, nem pensar em deitar para o lixo um entrecosto inteiro só porque caiu no chão da cozinha…nem pensar nesse desperdício, nem por cima da minha Barrigana.

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Tagliatelle à Bolonhesa

Boas pessoal,

Para a receita de hoje resolvi fazer um clássico, bolonhesa. Normalmente é feita com esparguete, ou mais tradicionalmente, em Itália, com rigatone.
Na minha opinião este é um prato que muitas vezes é visto como “banal”, junta-se massa, carne picada e tomate (ou molho de tomate) e já está. Mas não tem que ser assim, muito facilmente podem dar uma “nova cara”, qual cirurgiões plásticos, à vossa bolonhesa. Basta adicionar alguns elementos fora do comum.
Muitas vezes se fizerem com outros “tipos”ou cores de massa, com massa integral por exemplo, ou com diferentes ervas aromáticas, podem dar um toque especial a este prato. Hoje resolvi fazer com tagliatelle multicolor.
Assim, vão precisar de:


- Cerca de 200 g carne de novilho picada (vaca ou porco também são boas opções);
- Tagliatelle;
- 4 a 6 tomates chucha (sem pele e sem sementes);
- 6 cogumelos paris e 6 portobello;
- Manjericão;
- Molho de tomate;
- Ketchup;
- Coentros em pó;
- ½ Cebola roxa e ½ branca;
- Massa de alho;
- Manteiga para usos culinários;
-Queijo mozarela ralado (ou parmesão);
(Prato para três pessoas)

Em primeiro lugar deixo-vos uma pequena dica para retirarem a pele ao tomate. Põe-se um tacho com água ao lume e enquanto aquece faz-se um corte em cruz numa das pontas do tomate. Depois, assim que a água ferve põe-se os tomates durante um minuto e retira-se. Desta a forma a pele sai mais facilmente. Depois é cortar em metades e retirar as sementes com a ajuda de uma colher.
Passando à bolonhesa, num tacho salteia-se a massa de alho e a cebola branca e roxa. Posto isto, antes de se adicionar os cogumelos laminados junta-se um pouco de coentros em pó e os tomates em cubos. De seguida, e uma vez os cogumelos cozinhados, junta-se um pouco de manteiga e logo depois a carne picada. Tempera-se com sal e pimenta.
Nesta fase, junta-se a polpa de tomate e o ketchup e deixa-se cozinhar um pouco mais. Entretanto, coze-se a massa num tacho com água, sal e um fio de azeite.
Convém provar o preparado da bolonhesa antes de terminar, rectificando os temperos, por vezes pode ser necessário adicionar um pouco de açúcar para “equilibrar” a acidez do tomate. Ainda antes de retirar do lume finalizar com um toque de sumo de limão e com umas folhas de manjericão finamente cortadas.
Depois é só servir e para terminar polvilhar o prato com o queijo mozarela ralado e caso gostem um pouco de pimenta preta.
Buon appetito.


Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Restaurante “O Tintol” - Faro


Caríssimos,

Hoje venho falar-vos de um restaurante que é uma pequena preciosidade. Daqueles que já não se encontram com muita facilidade.
O restaurante chama-se “O Tintol” e situa-se na estrada nacional 125 a três quilómetros de Olhão e a quatro de Faro e meus amigos digo-vos, nunca comi num restaurante que servisse peixe na brasa como este.
As preciosidades começam logo quando chegamos ao local, o restaurante dispõe de um “pseudo-parque de estacionamento” próprio, depois, à entrada temos os grandes chefs, ou seja o Senhor que assa o peixe e o seu “ajudante”, que o serve.
A sala de refeição é uma espécie de “armazém” com uma disposição e decoração bem características disso mesmo, mas ainda assim sempre com um toque familiar.
Os funcionários são simpáticos e o atendimento é bastante “caseirinho”, ao ponto de sermos surpreendidos com alguns comentários típicos da zona…”Ah mãe! Móss, má d’ond’é que vocês vêm? Só pedem lulaj mó!”, cortesia do Senhor que nos vem servir. Com tudo isto, o ambiente merece dois Barriganas.
No que diz respeito ao peixe assado, não há pedidos, só é servido o que há no dia, lulas, choco, salmão, robalo, atum…, mas tudo é uma delícia porque tudo é muito bem temperado e cozinhado. Não sei qual é a técnica mas quem grelha, faz magia, literalmente, porque eu nem sou grande fã de peixe e meus amigos, quando lá vou, até as peles “marcham”. E o xarém com conquilhas, tão tradicional da zona, também é “de comer e chorar por mais”. Assim, tenho o prazer de atribuir quatro Barriganas à ementa.
Depois, há a questão do preço. É bastante acessível para a qualidade de peixe que apresentam, por apenas cerca de 10 euros por pessoa podem comer o peixe que quiserem, por mais 1,5 euro podem comer uma salada montanheira (tomate, pimento e cebola) e ainda duas batatas cozidas. Com mais um euro podem comer o “tal” xarém com conquilhas. Tendo em conta a relação entre qualidade e preço “O Tintol” merece bem cinco Barriganas.
Passem por lá. Não se esqueçam se estiverem na zona de Olhão ou Faro, vale a pena experimentar este peixinho.

Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Ljubomir Stanisic – Restaurante 100 maneiras “O rebelde de avental”

Nascido em Belgrado, ainda na antiga Jugoslávia, Ljubomir Stanisic, iniciou a sua aventura nas artes da comida, com uma especialização em Química da Alimentação e depois com os cursos de Padaria, Pastelaria e de Cozinha Internacional.
Depois, com a guerra, viajou pela Europa e acabou por chegar a Portugal há 15 anos. Foi “amor à primeira vista e à primeira garfada”, o primeiro prato português que provou foi sopa de cação alentejana. Uma vez com a nacionalidade portuguesa, teve a oportunidade de ser aprendiz do chef Vitor Sobral, com o qual estudou e aprendeu muito. Foi evoluindo e crescendo, tanto que hoje em dia tem vários restaurantes 100 Maneiras em Lisboa: O Restaurante 100 Maneiras, o 100 Maneiras Bistro e o Nacional 100 Maneiras.
Tem vindo a tornar-se uma cara cada vez mais conhecida dos portugueses através das suas participações tanto com uma banca do 100 Maneiras na “feira gatronómica” anual, Peixe em Lisboa, como através da sua participação como júri no programa televisivo “Master Chef”.
O que eu gosto neste chef é o facto de apresentar pratos simples, que “piscam o olho” à tradição culinária, mas que, ainda assim, são requintados e imaginativos. A receita que me “desafiei” (e a que vos desafio) a preparar hoje é de um livro dedicado ao restaurante 100 Maneiras. Agora eu faço…”Challenge Accepted!” à receita de Pita de cogumelos, espinafres e camarão do chef Ljubomir Stanisic.

Os ingredientes são:
-30g de camarão descascado (picado finamente);
-50g de espinafres cozidos e escorridos;
-20g de cenoura;
-40 g de queijo creme;
-azeite, sal e pimenta q.b.
-50g de cogumelos Paris;
-50g de cogumelos shiitake;
-50g de cogumelos portobello;
-1/2 cebola;
-Sal e pimenta a gosto
-1 cebola roxa;
-pitas ou tortilha;
-Alho picado;
-Manteiga de alho;

Recheio de Espinafres e Camarão
Salteia-se a cenoura e os camarões numa frigideira com azeite, sem deixar cozer na totalidade. Deixa-se arrefecer e juntar-se os espinafres previamente picados e o queijo creme e tempera-se com sal e pimenta.
Recheio de cogumelos
Já se sabe que, muitas vezes quando mais se precisa de uma coisa é nessa altura que ela não aparece, e foi o que me aconteceu, apesar de na lista de ingredientes constar cogumelos shiitake não consegui encontrar nenhum. Portanto, tive que me contentar com os portobello e os paris.
O próximo passo é limpar os cogumelos e laminá-los. Salteia-se em azeite bem quente com a cebola picada, até ficarem secos, tempera-se com sal e pimenta e reserva-se.
Pita (montagem)
Mais uma vez, salteia-se a cebola roxa com o alho picado e junta-se os cogumelos, até que fiquem dourados e depois adiciona-se o creme de espinafres e camarão. Aquece-se o pão no forno e pincela-se com um pouco de manteiga de alho.
Já está, para receita de chef até foi bem simples.

Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia



Desafio do chef...


Meus amigos,
Eu, Barrigana, decidi desafiar-me e por à prova os meus dotes culinários. Vou “pegar” em receitas de chefs, tão bem conhecidos de todos nós, e tentar replicá-las. Será que isto vai dar bom resultado? Fiquem aí para ver.
“CHALLENGE ACCEPTED!!”

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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Cascas e Talos


Meus amigos,

Em mais um diário, venho deixar-vos uma dica que pode dar muito jeito e fazer-vos poupar “uns trocos” e resume-se em duas simples palavras: CASCAS e TALOS.
Muitas vezes, por falta de hábito, ou desconhecimento, as pessoas não usam as cascas e talos da fruta e dos legumes, acabando por perder os seus benefícios nutricionais.
Cépticos? Então deixo-vos alguns exemplos que vos podem convencer.
Maçã: A sua casca tem 87% mais fitoquímicos que previnem o cancro do que o interior. Vai bem com iogurte, num bolo ou até numa salada de alface, por exemplo.
Beringela: Quando a descascamos perdemos a antocianina, um antioxidante que previne danos nas células cerebrais e o magnésio, que ajuda a fortalecer o sistema imunitário. Gratinada com mozarela é uma excelente sugestão.
Batata: É na casca que se concentra 100% da fibra e do potássio, que são importantes para a digestão e para o metabolismo dos hidratos de carbono. As cascas da batata fritas, como se faz ao interior, são um pitéu que, nos últimos tempos, tem ganho popularidade.
Por exemplo, no momento em que escrevo este texto estou a desfrutar de um saboroso chá de gengibre (com casca claro), casca de limão, casca de lima e mel. Basta cortar duas tiras das cascas, duas rodelas de gengibre e duas colheres de chá, muito fácil.
No caso dos talos são bons para enriquecer e temperar cozinhados. São também, ricos em vitaminas e minerais.
Talo de Agrião: Rico em vitaminas A, C e complexo B, ferro e fósforo vai bem na base de uma sopa, ou salteado para acompanhar pratos de peixe ou carne.

Talo de Brócolos: Contêm vitaminas A e C. São ideais para misturar com massas.

Talo de Salsa e Coentros: Possuem vitamina C, ferro e potássio. São uma boa opção para temperar saladas frias, molhos, ou mesmo para juntar a uma omelete.

Enfim, as hipóteses são quase intermináveis, basta ter um pouco de imaginação e não ter medo de arriscar.

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Currywurst com Pretzel Caseiro

Caríssimos,

Para a primeira receita de 2013 o Barrigana escolheu uma receita picante, que inclui dois pratos típicos dos nossos “queridos amigos” alemães, são eles Pretzels e Currywurst.
Aconselho vivamente que, durante o decorrer deste ano, façam várias vezes este prato, porque pode ser que a “nossa amiga Merkel” fique “ainda mais nossa amiga”…..
Deixemo-nos de coisas tristes e passemos à “paparoca”. Ora, a “invenção” dos pretzels é normalmente atribuída a um monge italian...o que os oferecia como recompensa para as crianças que aprendiam as rezas. A sua forma tão própria vem da posição em que as crianças rezavam, que antigamente era com os braços cruzados sobre o peito, bem diferente da actual.
Para fazerem esta receita vão precisar de:

-20 colheres de sopa Farinha;
-1 Ovo;
-2 colher de chá Açúcar;
-Sal grosso (qb)e 2 colheres de chá de sal fino;
-1 pacote de levedura em pó, cerca de 20g;
-Cerca de 33 a 50 cl de água morna;
-10 cl manteiga líquida/derretida sem sal;
-Óleo vegetal;
-3 colheres de chá de bicarbonato de sódio;
(Ingredientes para aproximadamente 6 a 10 pretzels)

Numa taça funda com cerca de 50 cl de água morna junta-se o sal fino, o açúcar e a levedura e mistura-se suavemente. Deixa-se a levedura a ativar por 5 minutos, até formar uma espuma.
Depois mexendo junta-se gradualmente a farinha, a margarina liquida (á temperatura ambiente) e continua-se a mexer até se formar uma bola de massa consistente e um pouco peganhenta.
Posto isto, deve-se cobrir a taça com uma película, ou pano de cozinha, e deixar levedar durante 1 hora num local seco, por exemplo no microondas (sem ligar, claro).
Passada essa hora, retira-se a massa e divide-se em partes iguais, depois estica-se bem os pedaços de massa e dá-se a forma do pretzel.
De seguida, num tacho largo aquece-se água com o bicarbonato de sódio (atenção, não deixar levantar fervura) e cozem-se dois de cada vez para não baixar a temperatura da água, durante um minuto.
Antes de ir ao forno deixamos arrefecer um pouco e depois pincelamos com o ovo, ao qual juntamos um pouco de água ou leite para torná-lo mais líquido. Ainda antes de ir ao forno, polvilhamos com sal grosso e aí sim, vão ao forno por 15 a 20 minutos até estarem castanhos.

Passando ao Currywurst. Para quem não sabe, é um prato de “fast-food” alemão, que surgiu quando Hertha Heuwer, em 1949 após a Segunda Guerra Mundial, temperou salsichas de porco grelhadas com caril (que lhe tinha sido dado pelos militares britânicos) e ketchup.
Este prato é tradicionalmente servido com batatas fritas ou pão e é uma receita icónica da cultura popular alemã, tendo como grande fã o ex-Chanceler Gerhard Schroder e que, inclusive, tem direito a uma música com o seu nome e a um museu dedicado a si (Deutsches Currywurst Museum – Museu Alemão do Currywurst).
Vão precisar de:

- Salsichas (de porco ou de peru, tipo alemãs);
- Molho de tomate;
- Ketchup;
- Sal e pimenta;
-Massa de alho;
-Caril em pó;
-Cominhos em pó;
-Pó de Piri-piri;

Em primeiro lugar, grelha-se as salsichas e cortam-se em rodelas grossas. De seguida num tacho com azeite e massa de alho, junta-se o molho de tomate e o ketchup e metade da quantidade dos cominhos, do caril e do piri-piri. Nesta fase, junta-se as salsichas, o resto dos cominhos, caril, piri-piri e sal e pimenta. O meu conselho é que vão juntando os temperos, principalmente o picante, aos poucos e vão sempre provando, para que não fique condimentado em demasia. Acompanha bem com arroz branco simples.

Guten Appetit!!

Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Aviso de Picante

Pessoal,

Preparem-se para o primeiro prato do ano que desta vez, e para começar 2013 em grande, é bem "picantezinha".

Estão preparados?

Fiquem atentos.


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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vivo numa Horta


Caríssimos,

Considero-me um privilegiado porque tive e tenho o prazer de poder morar numa horta. Perguntam vocês…”hã?! Uma horta?!”, sim, uma horta. Com várias tipos de árvores de fruto, vegetais e leguminosas plantadas e animais domésticos.
Nos dias que correm, acho que é uma verdadeira raridade ter o privilégio de poder viver, toda a vida, no meio deste “cenário”.
Esta “horta” era uma propriedade que pertencia ao meu trisavô (ou seja, o Barrigana Sénior3 - “ao cubo”) e que era utilizada apenas como terreno agrícola, mas o meu bisavô e o irmão dele construíram habitações, mas ainda assim ficou um grande espaço para cultivo.
Imaginem só que sempre que me apetece posso sair porta fora e ir buscar uma fruta, directamente “à fonte”, ou seja, à árvore. Posso comer fruta e vegetais frescos durante todo o ano. Quando termino o meu almoço basta pensar, …”Huuumm! Que fruta é que me apetece…uma laranjinha era que nem ginjas.” e é só ir buscar.
Há de tudo um pouco, batatas, tomates, nozes, laranjas, nêsperas, uvas, ……., chá de doce lima e até arroz.
Até quando, no Verão, me apetecia uns caracóis, muitas vezes ia apanhar e depois a minha mãe fazia-os, que eram acompanhados por uma boa limonada, feita com limões e que ia roubar…ai, pedir emprestado ao limoeiro do vizinho.
Meus amigos, uma coisa é certa todos os pratos feitos com os vegetais que vêm da “horta” são muito mais saborosos do que os que são feitos com vegetais “de supermercado”, o sabor é totalmente diferente, assim como a fruta, é bem mais doce e sumarenta.
Ora digam lá se não sou privilegiado????

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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Restaurante “ A Mondina” – Alcácer do Sal



Meus caros,

Venho falar-vos de um restaurante no qual já comi muitas e saborosas refeições e o qual recomendo que visitem.
É o restaurante “A Mondina”. Situado nos arredores de Alcácer do Sal, mais propriamente junto à Barragem do Pego do Altar, a cerca de 16 quilómetros da cidade e onde, nos anos 40, durante a construção da barragem, existia uma padaria que abastecia os trabalhadores da obra.
Para quem não sabe, as Mondinas eram as mulheres que antigamente trabalhavam na monda – consistia em arrancar à mão as ervas daninhas que podiam “estragar” o arroz -, nos campos de cultivo das margens de vários rios portugueses, sendo o Sado um deles.
Na minha opinião, qualquer prato que consta na ementa deste restaurante de comida típica alentejana é óptimo. Desde o choco frito, passando pelo típico entrecosto com migas alentejanas, ao pudim à Mondina, mas há dois pratos que deixam o Barrigana a salivar abundantemente…, são eles o coelho frito e a feijoada “à transmontana”.
A feijoada, por mais estranho que pareça, e estando em pleno Alentejo, é um prato que vale mesmo a pena pedir. É um prato cheio de sabor e suculento, com carne de porco tenra e acompanhada por feijões vermelhos, couve e arroz branco.
Quanto ao coelho, pessoalmente e à primeira vista, não seria um prato que pediria, mas depois de me ter sido recomendado arrisquei, e meus amigos, mas que maravilha. O coelho é muito macio por dentro e estaladiço por fora, servido com o molho da fritura e com pequenas fatias de alho (umas estaladiças, outras macias e cremosas). Meus amigos digo-vos, até as gordurinhas e algumas cartilagens “marcham”. Posto isto, são bem merecidos os quatro Barriganas no que respeita à ementa e sua confecção.
Pode parecer difícil, mas vale também a pena levantar a cabeça do prato e fazer uma pausa para apreciar a paisagem. A vista, que se tem da sala de refeições ou da esplanada, da natureza que rodeia a bacia da barragem é fantástica, o que torna a refeição ainda mais agradável.
É um restaurante com um ambiente descontraído e atendimento muito simpático e familiar. Se forem amantes de fotografia e de antiguidades (como o proprietário) vão ter, logo à entrada, uma pequena exposição de máquinas fotográficas e outros utensílios, umas mais antigas e outras mais recentes. Assim sendo, relativamente ao ambiente da casa, outros quatro Barriganas.
Relativamente ao preço médio, ronda os 15 euros por pessoa, que tendo em conta toda a oferta, é um valor bastante chamativo, por isso, são outros quatro Barriganas para o preço.
Assim, já sabem, se passarem por Alcácer e quiserem ter uma refeição tranquila e agradável, façam uma visita ao restaurante “A Mondina”.


Design por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Especial fim de ano: Crumble de Maçã e Passas

Pessoas,

Chega a hora da sobremesa e com uma barrigana tão cheia dos pratos anteriores e das bebidas, claro, vou deixar-vos com uma sugestão para a qual vale sempre a pena “guardar um espacinho”. Um crumble de maçã e passas.
Vão precisar de:


-Farinha;
-Açúcar;
-Margarina (líquida para usos culinários, ou amolecida á temperatura ambiente);
-½ maçã grany smith e ½ maçã gala (com casca);
-Uvas passas;
-2 paus de canela;
-Sumo de laranja;

Para começar, numa frigideira com manteiga e 3 colheres de chá (cheias) de açúcar amarelo salteiam-se as maçãs cortadas em cubos pequenos. Junta-se também as passas (a gosto) e os 2 paus de canela, deixa-se saltear até a maçã amolecer, junta-se sumo de meia laranja e reserva-se.
Numa taça funda, junta-se 3 colheres de sopa de farinha, 2 colheres de sopa de açúcar amarelo e mistura-se. Posto isto, adiciona-se, mexendo gradualmente, a margarina líquida até obter-se uma massa granulada e relativamente seca.
Depois, no fundo de uma forma própria para forno coloca-se a maçã e as passas salteadas e por cima a massa granulada, leva-se ao forno, em lume médio, durante 15 a 20 minutos.
Esta sobremesa é óptima para a passagem de ano porque, como o próprio nome indica (crumble=desfazer-se/desagregar-se), se se desfizer todo antes de ir para a mesa, por terem bebido um “copito” a mais, ninguém vai notar…”AAAHHH!! Hic, desfez-se todo, hic!!! Não faz mal,…É um crumble, hic!”
Despeço-me de todos. Espero que estas sugestões vos tenham ajudado e que tenham um óptimo fim de 2012 e um ainda melhor 2013.


Fotos por: Sara Costa - sarajfcosta.wix.com/fotografia

Especial Fim de Ano: Folhado de queijo de cabra, cebola roxa e salmão

Pessoas,

Aqui vai mais um dos pratos para o especial Fim de Ano dos Diários d’um Barrigana. Desta vez, optei por um prato um pouco mais requintado para acabar o ano em beleza. Sim, porque um toque de requinte (assim como de simplicidade) fica bem em qualquer passagem de ano, seja na garagem do “Chico Marreco”, ou no salão nobre do Casino do Estoril.
Assim, tenho para vocês Folhado de queijo de cabra salmão fumado e cebola. Os ingredientes são:


-Massa folhada;
-2 queijos de cabra curados (pequenos com cerca de 150 g cada);
-Cerca de 250g de salmão fumado;
-1 ovo (ligeiramente batido);
-1 colher de sopa de leite;
-½ cebola roxa (média);
-Pimenta preta;
-Sumo lima;

Num tabuleiro para ir ao forno estende-se a massa folhada. Atenção, se comprarem massa folhada de “super-mercado” verifiquem as instruções de uso, que normalmente recomendam que se retire do frigorífico 10 minutos antes de se usar e que não se retire o papel que a acompanha.
Depois, esfarela-se o queijo de cabra e distribui-se uniformemente pela massa, assim como a cebola roxa finamente fatiada em quartos. De seguida, tempera-se com pimenta preta moída e bate-se o ovo com uma colher de sopa de leite e distribui-se pela massa, não deixando de pincelar os rebordos. Vai 15 a 20 ao forno, até o queijo derreter e a massa ganhar um tom dourado, nesta fase retira-se do forno e dispõe-se as fatias de salmão e leva-se, de novo, ao forno por mais 5 a 10 minutos. Et voilá!
Isto está a ser “um despacho”. É verdade, também tenho uma passagem de ano, por isso “toca a despachar!”


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