quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Porquê Barrigana?

Comer! Comer, comer, comer. Assado, cozido, frito, cru. Comer é para muitos um dos maiores prazeres da humanidade, acima da cintura pelo menos.
Para mim tudo começou quando, ainda gaiato, em Alcácer do Sal, saía da escola e ficava em casa sozinho, all alone. Aquilo parecia-me um reino por explorar e de repente vinha-me à ideia "…hum…apetece-me um ovo estrelado”, ou qualquer coisa do género, “…mesmo daqueles como a minha mãe faz”. E pimba! Agarrava no que precisava e tentava fazer, mas claro está, não saía como o da minha mãe, quanto muito, acabava queimado, ou eu acabava queimado. Até onde vai a falta de entretém de uma criança.
Mas esse “pequeno" hobbie cresceu e muitos ovos esturricados, panquecas emborrachadas e salsichas secas depois, a coisa foi mudando de figura e comecei a criar algum jeito na matéria. Os meus snacks eram formidáveis, desde o mais simples pão com manteiga ao mais elaborado bife com batatas fritas, acabando com o mais refinado iogurte de morango congelado, naquela altura não podia ser uma coisa muito elaborada.
O tempo foi passando e com os 18 anos, e com a “barrigana” bem maior, chega a universidade e a saída de casa dos pais. Passei a ter mais “liberdade” para criar os meus mirabulásticos, “super-avant-garde”, hiper-michordiosos pratos. Sempre que me apetecia fazia qualquer coisa diferente. Tão diferente que não podia limitar-se ao normal esparregado, que vá saber-se porquê nunca tinha comido antes de vir para Lisboa. Tinha que fazer um esparregado à “la Barrigana” com um toque de caril, ou algo do género. Umas vezes saía-me bem, outras vezes nem por isso.
Tudo veio dar aos dias de hoje. O hobbie tornou-se mais sério e o jeito para ele, também. Até posso afirmar que faço uns pratos bons, pelo menos é o que me dizem. Até que, há pouco tempo, acendeu-se uma luz. Enquanto via, ou para ser sincero, enquanto me babava lentamente a ver um programa do FoodNetwork, pensei cá para mim: “ Porque não fazer um blog filosófico-culinário-biográfico sobre tudo isto. «Pensamentos/teorias» sobre comida, receitas, restaurantes, etc…”.
E assim surgiram os “Diários d’um Barrigana”.