Olá a todos,
Como bom português eu adoro
especiarias, ou não fossemos nós descendentes directos dos primeiros ocidentais
que tiveram contacto e que comercializaram estes produtos.
Em casa, felizmente tenho um
autêntico depósito das mais variadas especiarias e sempre que tenho
oportunidade e vou aos locais indicados para as comprar, venho sempre com
algumas na bagagem.
Hoje venho falar-vos de algumas
curiosidades sobre especiarias.
Pimenta preta
Nos séculos XV e XVI, época áurea
dos descobrimentos marítimos, o valor da pimenta em grão era tão alto, que esta
era usada como moeda. Foi o grande valor que as especiarias atingiam nessa
época, que ajudou à expansão do império português.
No Brasil, por exemplo, costuma
chamar-se “pimenta-do-reino” à nossa pimenta preta, pois enquanto o Brasil
ainda era uma colónia, eram os portugueses que forneciam esta especiaria, logo,
como vinha directamente do reino, passou a chamar-se desta forma, em “terras de
Vera Cruz”.
Numa época anterior aos
descobrimentos, na Idade Média, a pimenta preta era usada para disfarçar o
sabor de alimentos que já estavam a entrar em decomposição. Devido ao seu sabor
forte e um pouco picante, a pimenta conseguia sobrepor-se ao sabor da comida
que estivesse numa fase inicial de decomposição.
Pimenta Szechuan
A pimenta Szechuan, é uma
especiaria proveniente da província de Szechuan, na China (daí o seu nome).
Muitas vezes associada à família
das pimentas preta e branca, esta é bem mais semelhante a especiarias como o
cravinho ou o anis estrelado, devido ao seu aroma mais floral, levemente
cítrico e pela sua cor rosa/avermelhada.
Um aspecto muito curioso desta
pimenta é que, ao contrário do que muitas vezes se pensa, não é exactamente
picante, mas possuí um químico que provoca dormência na língua, podendo, se
usada em grande quantidade, adormece toda a boca. Devido a este facto, na
província de Szechuan é normalmente ser utilizada acompanhada de malaguetas
fortes, para que a pimenta adormeça a língua, preparando a chegada do picante.
Cravinho
Originário das Ilhas Molucas, na
Indonésia, o cravinho (ou cravo-da-Índia) é uma árvore que tem nos botões das
suas flores (quando secos) uma das especiarias mais usadas em todo o mundo,
desde a antiguidade.
Sendo actualmente mais cultivado
noutras regiões como, Madagáscar e Granada, o cravinho é muito utilizado, para
além da culinária, também na indústria farmacêutica, cosmética, na odontologia,
medicina ayurvédica, na medicina chinesa e também na fitoterapia ocidental.
Tendo sido usada para temperar
comida desde a antiguidade, esta especiaria foi uma das razões que levaram
diversos navegadores portugueses ao continente asiático, tendo, no início do
século XVI, um quilo de cravo atingido um valor equivalente a sete gramas de
ouro.
Na China, por exemplo, os
cravinhos eram usados não só como condimento, mas também como um anticéptico
bucal. Qualquer pessoa que tivesse uma audiência com o imperador chinês teria
que mascar cravinhos para prevenir o mau hálito.
A Indonésia é o maior produtor
mundial de cravinho, detendo mais de 50% da sua produção. Esta situação
verifica-se não tanto pelo uso culinário, mas mais para a indústria tabaqueira.
Agora devem estar confusos. Passo a explicar. Neste país, é tradicional (e uma
prática extremamente popular) fumar-se cigarros aromatizados com cravinho.
Por isso já sabem, o Barrigana
recomenda. Usem (e abusem) das especiarias.
Fotos por: Shot Frame – www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept
Um post interessante! Já estou a seguir, para ir acompanhando as novidades.:)
ResponderEliminarAbraço,
Olivia
omundopelaboca.blogspot.com