segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Especiarias


Olá a todos,

Como bom português eu adoro especiarias, ou não fossemos nós descendentes directos dos primeiros ocidentais que tiveram contacto e que comercializaram estes produtos.

Em casa, felizmente tenho um autêntico depósito das mais variadas especiarias e sempre que tenho oportunidade e vou aos locais indicados para as comprar, venho sempre com algumas na bagagem.
Hoje venho falar-vos de algumas curiosidades sobre especiarias.

Pimenta preta
Nos séculos XV e XVI, época áurea dos descobrimentos marítimos, o valor da pimenta em grão era tão alto, que esta era usada como moeda. Foi o grande valor que as especiarias atingiam nessa época, que ajudou à expansão do império português.

No Brasil, por exemplo, costuma chamar-se “pimenta-do-reino” à nossa pimenta preta, pois enquanto o Brasil ainda era uma colónia, eram os portugueses que forneciam esta especiaria, logo, como vinha directamente do reino, passou a chamar-se desta forma, em “terras de Vera Cruz”.  

Numa época anterior aos descobrimentos, na Idade Média, a pimenta preta era usada para disfarçar o sabor de alimentos que já estavam a entrar em decomposição. Devido ao seu sabor forte e um pouco picante, a pimenta conseguia sobrepor-se ao sabor da comida que estivesse numa fase inicial de decomposição.

Pimenta Szechuan
A pimenta Szechuan, é uma especiaria proveniente da província de Szechuan, na China (daí o seu nome).
Muitas vezes associada à família das pimentas preta e branca, esta é bem mais semelhante a especiarias como o cravinho ou o anis estrelado, devido ao seu aroma mais floral, levemente cítrico e pela sua cor rosa/avermelhada.

Um aspecto muito curioso desta pimenta é que, ao contrário do que muitas vezes se pensa, não é exactamente picante, mas possuí um químico que provoca dormência na língua, podendo, se usada em grande quantidade, adormece toda a boca.  Devido a este facto, na província de Szechuan é normalmente ser utilizada acompanhada de malaguetas fortes, para que a pimenta adormeça a língua, preparando a chegada do picante.

Cravinho
Originário das Ilhas Molucas, na Indonésia, o cravinho (ou cravo-da-Índia) é uma árvore que tem nos botões das suas flores (quando secos) uma das especiarias mais usadas em todo o mundo, desde a antiguidade.

Sendo actualmente mais cultivado noutras regiões como, Madagáscar e Granada, o cravinho é muito utilizado, para além da culinária, também na indústria farmacêutica, cosmética, na odontologia, medicina ayurvédica, na medicina chinesa e também na fitoterapia ocidental.

Tendo sido usada para temperar comida desde a antiguidade, esta especiaria foi uma das razões que levaram diversos navegadores portugueses ao continente asiático, tendo, no início do século XVI, um quilo de cravo atingido um valor equivalente a sete gramas de ouro.

Na China, por exemplo, os cravinhos eram usados não só como condimento, mas também como um anticéptico bucal. Qualquer pessoa que tivesse uma audiência com o imperador chinês teria que mascar cravinhos para prevenir o mau hálito.

A Indonésia é o maior produtor mundial de cravinho, detendo mais de 50% da sua produção. Esta situação verifica-se não tanto pelo uso culinário, mas mais para a indústria tabaqueira. Agora devem estar confusos. Passo a explicar. Neste país, é tradicional (e uma prática extremamente popular) fumar-se cigarros aromatizados com cravinho.       

Por isso já sabem, o Barrigana recomenda. Usem (e abusem) das especiarias.

Fotos por: Shot Frame – www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept


1 comentário:

  1. Um post interessante! Já estou a seguir, para ir acompanhando as novidades.:)

    Abraço,
    Olivia

    omundopelaboca.blogspot.com

    ResponderEliminar