Olá a todos,
Hoje o Barrigana vem falar-vos de
algo que está muito mal no nosso país por estes dias (uma de muitas coisas).
Antes de mais devo esclarecer de que não tenho qualquer cor ou filosofia
político-partidária, apenas acredito no que é melhor para Portugal e neste
momento acho que deveríamos repensar bem algumas políticas económicas e
fiscais.
Há umas semanas atrás fui a uma
localidade espanhola perto da fronteira e pouco tempo depois de lá ter estado
deparei-me com a enorme discrepância entre os preços de Espanha e de Portugal.
Sim, é óbvio que esta é já uma questão muito falada, principalmente quando se
fala de combustíveis, mas essa discrepância alarga-se também a vários produtos
alimentares, que, de uma maneira geral, são muito mais baixos.
Não me levem a mal, sou bastante
nacionalista no que se refere à compra de produtos nacionais, sou daqueles que
tem como lema “O que é nacional é bom.” (e não estou a falar das massas,
claro), mas é totalmente impossível competir com a maioria dos preços
praticados pelos super-mercados espanhóis. É de fazer “cair o queixo” a
qualquer um. Se não vejamos este pequeno esquema:
Portugal (preços médios) Espanha
Tomate seco – embalagem de 150g=
4.69€ embalagem de 80g=1.65€
Vagem de baunilha – embalagem de
2un=3.49€ embalagem de 2un= 0.85€
Sucedâneo de Caviar – embalagem
de 105g= 11.05€ embalagem de 75g= 1.85€
Nachos mexicanos – embalagem
200g=3.04€ embalagem de 150g= 0.90€
Tortilhas mexicanas – embalagem
8un= 3.29€ embalagem de 10un= 1.20€
Mas estes exemplos são apenas a
“ponta do iceberg” a lista é quase infindável, desde açafrão em filamentos (a
especiaria mais cara do mundo) “ao preço da chuva” e até trufas em frasco ao
mesmo preço de batatas, muitos desses produtos até nem existem nos
super-mercados por cá.
Mesmo assim, perante isto continuo
a defender que não há nada melhor do que a nossa carne, peixe, vegetais, fruta,
enchidos, conservas… facto este que nos deveria obrigar a repensar as nossas
políticas (económico-fiscais) em relação à produção e comercialização de
matérias-primas e de recursos alimentares nacionais. Estas benesses à produção
e aos produtores nacionais iriam tornar o nosso país mais auto-suficiente em
relação a certas matérias-primas alimentares e iria tornar também os nossos
produtos mais competitivos, o que só por si iria ajudar e muito a nossa
economia – até um “zero à esquerda” em economia (como eu) percebe isto.
Agora vamos fazer outro
raciocínio, se basta passarmos a fronteira para que os nossos produtos sejam,
literalmente, aniquilados pelos preços espanhóis, nem sequer vale a pena
compararmos a competitividade dos mesmos, com a dos “super-hiper-mega” baratos
produtos chineses, indianos, entre outros.
A meu ver – e volto a frisar que
os meus conhecimentos de economia são mesmo muito maus – a solução passa em
primeiro lugar pela diminuição da carga fiscal em relação aos produtos
nacionais. No nosso país a percentagem mínima de IVA sobre este tipo de
produtos é de 6%, enquanto que em Espanha a taxa mínima é de 4% (isto em termos
de frutas e legumes frescos, legumes e tubérculos, pão branco, farinha, arroz e
outros cereais, leite e queijo).
Já a taxa máxima de 23% é praticada em
produtos cárneos processados, peixe, óleos, margarinas, frutas e legumes em
conserva, aperitivos e snacks, refrescos e bebidas alcoólicas, em Espanha o IVA
mais elevado (21%) só é aplicado nas bebidas alcoólicas.
Ora, em tempos de crise é
praticamente impossível resistir a este tipo de preços, atrevo-me a dizer que
até os mais nacionalistas se sentem tentados.
E para finalizar, até a pilhas
(para nós com o respectivo “h”, se os espanhóis lhe chamam de outra forma, isso
é lá com eles) alcalinas – embalagens de 8 unidades - são quase dadas, quando
comparadas com as nossas.
Foto e design por: Shot Frame – www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept
Assino tudo por baixo, não posso estar mais de acordo. Beijinhos Linda
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