Olá minha gente,
Chegámos à receita final deste
“Especial Natal – Receitas d’um Barrigana” e vou acabar com outro dos produtos
mais consumidos nesta época, Bolo-rei.
Mas primeiro devo confessar-vos
uma coisa, nunca fui muito fã de Bolo-rei, não sei ao certo o porquê, mas acho
que é uma mistura de várias coisas que me desagrada. Em primeiro lugar a fruta
cristalizada (é doce demais para mim), depois as passas (também nunca fui
grande apreciador) e para finalizar, toda a combinação do bolo em si nunca me
soube muito bem. Enfim, gostos…
Contudo o Barrigana não é pessoa
de guardar “rancores culinários”e tento sempre dar segundas oportunidades a
vários pratos/receitas/produtos, e assim hoje trago um “Bolo-rei ‘Aldrabado’ à
moda do Barrigana”. Porquê aldrabado? Não, não vou cozinhar “gato por lebre”
(ou neste caso “Bolo-rei por Bolo-princípe” ou coisa do género), mas sim porque
vou substituir alguns ingredientes habituais por outros.
Talvez os puristas do Bolo-rei não
vão gostar (e talvez até sentir um arrepio na espinha) quando lerem isto, mas
enfim, não se pode agradar a toda a gente. Vamos a isto? Vão precisar de:
(Para 2 Bolos-rei
pequenos/médios)
- Cerca de 250g Farinha de Trigo;
- Cerca de 80g de Farinha de Centeio;
- Cerca 100ml Leite (morno);
- 2 Ovos;
- 50g Manteiga (sem sal) ou
Margarina - derreter;
- Cerca de 60g de Açúcar;
- 1 vagem de Baunilha;
- 8 Nozes;
- Amendoins (salgados) q.b.;
- Fruta desidratada q.b. (2 ½ mãos
cheias);
- 100g Chocolate de Culinária
(partido em pedaços);
-7g Fermento de Padeiro (em pó);
- Raspas de Laranja q.b ;
- 1 colher de sopa de Aguardente
de Medronho;
- Canela q.b.;
- Sumo de 1 Laranja.
Para começar, numa taça coloca-se
a fruta desidratada partida em cubos (eu usei papaia, kiwi, manga, morango,
carambola, cerejas e ananás – reservei algumas tiras maiores para enfeitar)
juntamente com o medronho, o sumo de laranja, um pouco de canela e um pouco de
água. Desta forma, a fruta vai reidratar e ficar mais macia – o molho vai
depois servir para pincelar os bolos no fim, depois de irem ao forno.
Numa taça grande junta-se a
farinha de trigo e de centeio (para dar uma textura mais crocante aos bolos), o
fermento em pó, o açúcar, as raspas de laranja e a canela. Mistura-se bem.
Depois adiciona-se o leite morno,
os ovos batidos, a manteiga derretida e as sementes da vagem de baunilha.
Mistura-se bem tudo até se obter uma massa macia e ligeiramente pegajosa. Caso
a massa fique muito húmida e pegajosa, adiciona-se aos poucos mais farinha. A
partir daqui vamos ter que amassar com a mão (ou com a ajuda de um robot de
cozinha).
Nesta fase, junta-se a fruta
desidratada (guarda-se o líquido em que a fruta reidratou), os chocolates, as
nozes e os amendoins. Amassar-se mais um pouco para incorporar tudo bem.
Coloca-se novamente na taça, polvilha-se com um pouco de farinha, tapa-se e
deixa-se levedar por cerca de 2 horas.
Passado esse tempo, retira-se
amassa-se de novo e dá-se o formato desejado (neste caso eu optei pelo formato
tradicional). Decora-se com as tiras de fruta desidratada, mais algumas nozes
em metades, e amendoins. Coloca-se num tabuleiro de forno e deixa-se levedar
por mais cerca de 30 minutos.
Depois, antes de se levar ao
forno, pincela-se com uma mistura de ovo mexido e leite. Leva-se ao forno por
cerca de 45 minutos a 180 graus, ou até ao inserir um espeto no bolo ele sair
limpo.
Termina-se retirando os bolos do
forno e deixando arrefecer um pouco. Ainda com os bolos mornos pincela-se o
topo com líquido com que reidratou as frutas cristalizada, formando uma camada
pegajosa, cítrica, doce e brilhante.
Uma tradição de Natal modificada
mas, mesmo assim, bastante saborosa.
Fotos por Shot Frame – www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept