segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Compras em Espanha


Olá a todos,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de algo que está muito mal no nosso país por estes dias (uma de muitas coisas). Antes de mais devo esclarecer de que não tenho qualquer cor ou filosofia político-partidária, apenas acredito no que é melhor para Portugal e neste momento acho que deveríamos repensar bem algumas políticas económicas e fiscais.

Há umas semanas atrás fui a uma localidade espanhola perto da fronteira e pouco tempo depois de lá ter estado deparei-me com a enorme discrepância entre os preços de Espanha e de Portugal. Sim, é óbvio que esta é já uma questão muito falada, principalmente quando se fala de combustíveis, mas essa discrepância alarga-se também a vários produtos alimentares, que, de uma maneira geral, são muito mais baixos.      

Não me levem a mal, sou bastante nacionalista no que se refere à compra de produtos nacionais, sou daqueles que tem como lema “O que é nacional é bom.” (e não estou a falar das massas, claro), mas é totalmente impossível competir com a maioria dos preços praticados pelos super-mercados espanhóis. É de fazer “cair o queixo” a qualquer um. Se não vejamos este pequeno esquema:

Portugal (preços médios)                                                                Espanha
Tomate seco – embalagem de 150g= 4.69€                                    embalagem de 80g=1.65€
Vagem de baunilha – embalagem de 2un=3.49€                              embalagem de 2un= 0.85€
Sucedâneo de Caviar – embalagem de 105g= 11.05€                     embalagem de 75g= 1.85€
Nachos mexicanos – embalagem 200g=3.04€                                 embalagem de 150g= 0.90€
Tortilhas mexicanas – embalagem 8un= 3.29€                                 embalagem de 10un= 1.20€

Mas estes exemplos são apenas a “ponta do iceberg” a lista é quase infindável, desde açafrão em filamentos (a especiaria mais cara do mundo) “ao preço da chuva” e até trufas em frasco ao mesmo preço de batatas, muitos desses produtos até nem existem nos super-mercados por cá.

Mesmo assim, perante isto continuo a defender que não há nada melhor do que a nossa carne, peixe, vegetais, fruta, enchidos, conservas… facto este que nos deveria obrigar a repensar as nossas políticas (económico-fiscais) em relação à produção e comercialização de matérias-primas e de recursos alimentares nacionais. Estas benesses à produção e aos produtores nacionais iriam tornar o nosso país mais auto-suficiente em relação a certas matérias-primas alimentares e iria tornar também os nossos produtos mais competitivos, o que só por si iria ajudar e muito a nossa economia – até um “zero à esquerda” em economia (como eu) percebe isto.

Agora vamos fazer outro raciocínio, se basta passarmos a fronteira para que os nossos produtos sejam, literalmente, aniquilados pelos preços espanhóis, nem sequer vale a pena compararmos a competitividade dos mesmos, com a dos “super-hiper-mega” baratos produtos chineses, indianos, entre outros.

A meu ver – e volto a frisar que os meus conhecimentos de economia são mesmo muito maus – a solução passa em primeiro lugar pela diminuição da carga fiscal em relação aos produtos nacionais. No nosso país a percentagem mínima de IVA sobre este tipo de produtos é de 6%, enquanto que em Espanha a taxa mínima é de 4% (isto em termos de frutas e legumes frescos, legumes e tubérculos, pão branco, farinha, arroz e outros cereais, leite e queijo).

Já a taxa máxima de 23% é praticada em produtos cárneos processados, peixe, óleos, margarinas, frutas e legumes em conserva, aperitivos e snacks, refrescos e bebidas alcoólicas, em Espanha o IVA mais elevado (21%) só é aplicado nas bebidas alcoólicas.

Ora, em tempos de crise é praticamente impossível resistir a este tipo de preços, atrevo-me a dizer que até os mais nacionalistas se sentem tentados.

E para finalizar, até a pilhas (para nós com o respectivo “h”, se os espanhóis lhe chamam de outra forma, isso é lá com eles) alcalinas – embalagens de 8 unidades - são quase dadas, quando comparadas com as nossas.


Foto e design por: Shot Frame – www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept

1 comentário:

  1. Assino tudo por baixo, não posso estar mais de acordo. Beijinhos Linda

    ResponderEliminar