domingo, 18 de novembro de 2012

Comida de Feira

Quem não gosta de uma boa comida de feira, festa popular ou romaria? Farturas, churros, pão com chouriço, polvo assado na brasa, maçã do amor, pipocas coloridas, cachorros, hambúrgueres, bifanas…. Enfim, as opções são quase infindáveis, mas considero estes os “clássicos”.
Para mim, feira não é feira sem pelo menos uma fartura e/ou um pão com chouriço. Não há nada mais agradável do que passar a noite entre fumo, pregões (…)“oh vizinha veja…! É só 1 aéurió!” e música aos altos berros remisturada com os apitos irritantes dos “carros de choque”, ou pelos fantásticos comentários do “Sr. Do Kanguru”…”(…) e vai! Mais um saltinho! Upa! Agora é pás meninas fazerem chi chi!”
E depois de tudo isto, nada mais agradável do que chegarmos a casa a cheirar “a cigano”, prepararmos uma bebida para acompanhar uma bela fartura, ou um pão com chouriço a ferver.
Mas meus amigos, o “gourmet” já chegou às feiras de norte a sul do país. Acreditem ou não, na última feira a que fui (no início de Outubro, em Alcácer) provei uma coisa inesperadamente extravagante que faz inveja a qualquer prato retirado da ementa do famoso restaurante “elBulli”: pão com bacalhau. Atenção! Não é um pão com bacalhau qualquer. É uma espécie de pão com chouriço, mas em vez de chouriço, tem bacalhau salteado.
Tenho que vos confessar uma coisa,… para mim não funcionou, em primeiro lugar não sou grande apreciador de bacalhau, depois não conseguia tirar da cabeça a imagem e o sabor de pão com chouriço. Para mim, simplesmente não combina!
Por isso, eu vou-me manter fiel aos grandes clássicos e deixo-vos um conselho do fundo da Barrigana. Meus caros amigos e camaradas de comida, deixem-se de preconceitos e façam uma visitinha às feiras da vossa localidade e aproveitem tudo o que de bom elas têm para vos oferecer.
Para os que não têm o privilégio de ter uma feira ou festa na vossa cidade não se preocupem, EL BARRIGANA! tem a solução. Comprem um pão com chouriço na roulotte ou padaria mais perto e comam-no a ouvir o “best hits” dos Santamaria ou o “É o bicho” do Iran Costa o mais alto que os vossos ouvidos permitirem e vão ter a vossa própria feira em casa.
E vocês? Como são as feiras na vossa cidade?
E o que mais interessa. O que comem nelas?

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tzatziki: A primeira receita



Meus amigos, o Barrigana está de volta com mais um diário. Desta vez, e a pedido de muitas famílias, trago-vos uma receita, … aliás, a primeira receita do Barrigana, que espero que satisfaça a gula de muitos e que ajude muitos outros que possam estar a precisar de algum “ar fresco” na sua vida culinária.
Hoje trago-vos uma receita simples, barata, mas que pode impressionar qualquer pessoa, namorada(o) ou amigos(as). Vão por mim, comigo resultou.
Apresento-vos…Tzatziki. Perguntam vocês, “…e que budega é essa de que tu tás prái a falar… oh barrigudo?”.
Se é mesmo isso o que estão a pensar, então aqui vai a resposta. Tzatziki é um molho grego, que normalmente é servido como aperitivo ou entrada, ou como acompanhamento de outros pratos. É feito com iogurte grego e pepino.
Mas deixemo-nos de grandes explicações e passemos ao que interessa.
Os ingredientes que vão precisar são:
- Pepino;
- Iogurte Grego;
- Alho (em massa se preferirem);
- Azeite;
- Limão;
- Paprika;
- Tomilho ou endro;
- Sal e pimenta.
Em termos de quantidades, cada um pode usar as quantidades que lhes parecerem e souberem melhor. Eu costumo usar, para cada pepino (de tamanho médio), cerca de três iogurtes de 125g.
Em primeiro lugar, começo por descascar, retirar as sementes e cortar o pepino em pedaços. Uma vez cortado junto-lhe um pouco de sal grosso e passo-o com uma varinha mágica, até ficar uma pasta de pepino aguada. A etapa seguinte é escorrer essa pasta de pepino, para que quando o tzatziki estiver pronto não fique demasiado líquido.
Posto isto, junto a pasta de pepino ao iogurte, assim como o alho, o azeite, o limão, a pimenta, a paprika e o tomilho, todos a gosto. E depois é só uma questão de provar e acrescentar o que for preciso. Há quem goste com mais alho, ou com mais paprika. O objectivo é ficar com uma pasta cremosa e fresca.
Por norma, é costume servir o tzatziki acompanhado com pão pita. Pessoalmente, prefiro acompanhar com tortilhas ou com tostas.
Como viram é fácil (mesmo fácil!) e depois é só desfrutarem.

Fotografias por: Sara Costa – www.sarajfcosta.wix.com/fotografia

domingo, 4 de novembro de 2012

Os “chef’s” da minha família

Por norma, a minha família teve sempre grandes “chef’s”. Reza a lenda, que aquando da primeira conquista de Alcácer do Sal aos mouros, em 1158, o próprio D. Afonso Henriques ordenou que o meu antepassado – D. Barrigana I (quase que posso jurar que ele existiu) – preparasse o banquete de celebração da conquista. Ora eu gosto de pensar que D. Afonso Henriques deixou que Alcácer fosse reconquistada, pelos mouros, só para ter que “re-reconquistá-la” e empanturrar-se com um novo banquete. Infelizmente não conseguiu e só o seu neto, D. Afonso II, é que teve essa oportunidade. Na altura foi D. Barrigana II o cozinheiro, que fazia umas pinhoadas de “morrer”.
Existiam provas de tudo isto, mas foram destruídas num dos incêndios da Torre do Tombo.
Hoje em dia, a linhagem continua e são vários os “chef’s” na família.
A minha mãe Ana Maria é a mais activa. Cozinha bem tudo o que se come no dia-a-dia, desde a mais simples sopa de feijão verde, à mais elaborada canja de garoupa.
O pai Carlos fica encarregue dos almoços ao fim-de-semana e de todos os pratos especiais que envolvam um tacho de barro e brasas. Sou fã da carne e peixe assado e da feijoada de choco.
A minha irmã Patrícia, faz vários pratos deliciosos e sempre “à maneira dela”. É mestre nos Canelones e na mousse de ananás, só tenho pena de não poder comê-los mais vezes.
A tia Paula, domina vários doces e bolos típicos de Portugal continental e ilhas dos Açores. As especialidades são a mousse de chocolate e o bolo de bolacha.
Outra cozinheira de mão cheia é a minha tia Piedade. O arroz doce, o bacalhau espiritual e as pataniscas de bacalhau ou sardaniscas (como diz a minha mãe) são do melhor que há.
O meu tio “Betucha” (o caçador da família) é famoso por pratos que não se come em todo o lado, faisão, javali, veado, perdiz, ou o premiado camarão atomatado (prémio de melhor petisco da feira da Pimel de 2009);
A tia “emprestada” Mila, é doutorada em tudo o que é doce. Os meus preferidos? Tarte de amêndoa, bolo mármore,…, bem é mesmo tudo;
E até a minha namorada Sara, deve ser pela convivência com o Barrigana, prepara umas salsichas com couve e uma bolonhesa de chorar por mais. É claro que não o faço à frente dela.
Com uma família como esta, eu não poderia ser diferente. Por isso, não percam os próximos post’s, porque nós também não!