quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A Casa da Dízima


Olá a todos,

Hoje o Barrigana vem falar-vos de mais um daqueles restaurantes que nos deixa cravado na memória, cores, aromas e sabores, e que nos conseguem fazer recuar atrás no tempo, porque são verdadeiros “monumentos históricos”.

Situado no número 17 da Rua Costa Pinto, em Paço D’Arcos, o Restaurante “A Casa da Dízima”, é uma casa muito antiga, com paredes cheias de histórias, que mantêm o traçado original desde o século XV, onde era efectivamente o que o nome actual diz, uma casa de cobrança da dízima.

Ora, a dízima era um imposto com origens medievais (que se praticava nos portos do “mundo cristão”) e que consistia num tributo ao Rei, de dez por cento (uma dízima) do valor da mercadoria, ou de qualquer bem, carregado ou descarregado nesse porto.

Posteriormente, no século XIX, a casa foi usada por uma das figuras ilustres da vila, o patrão Joaquim Lopes, como comando do salva-vidas do serviço de socorros a náufragos, tendo mandado instalar uma sineta de alerta de ocorrências em dias de temporal, da qual ainda existem vestígios na fachada poente do edifício.

Depois destas aventuras, já nos nossos dias, a casa ganhou uma nova vida em Maio de 2003, com a sua abertura como restaurante, onde a harmonia entre o passado e o presente é bem visível, num jogo de contrastes entre as instalações modernas, descontraídas e confortáveis e a textura rugosa da pedra das 
paredes.

O atendimento é muito simpático e educado, repleto de boas sugestões, casa estejamos indecisos em relação a que pratos ou vinho escolher. Destaco também a esplanada situada no terraço do edifício, indicada para os dias de maior calor e que oferece uma vista privilegiada para o rio Tejo, ponte 25 de Abril e farol do Bugio.   

Para o ambiente ficam os cinco Barriganas.

Relativamente à ementa, é vasta e muito completa na variedade de pratos que apresenta. Tanto podemos comer um excelente prato de peixe, assim como um inesquecível prato de carne, sempre com produtos nacionais e da melhor qualidade. De qualquer forma, na minha opinião, os pratos de carne são (sem dúvida) o ponto alto da ementa, muito bem confeccionada e com opções quase infindáveis. Quero destacar para entrada uns saborosos “Bombons crocantes de farinheira, grelos e batata-doce, piso de salsa e redução de balsâmico” como pratos principais, uns suculentos “Medalhões de javali mimados, trouxa de Chévre, espinafres e tomate, puré de maçã e molho frio de uva moscatel”… sim tudo isto num prato. Destaco também um tenríssimo “Medalhão de vitela em creme de foie-gras e risoto de cogumelos silvestres”. Para sobremesa, sugiro de entre muitas saborosas sobremesas, e como ainda está calorzinho, um duo de gelados composto por “Gelado de Moscatel e gelado de maracujá (duas bolas) ”.

Tenho que destacar ainda a variada, quase rara nos dias que correm, garrafeira de que “A Casa da Dízima” dispõe. A escolha dos vinhos (tanto brancos, como tintos e até rosés) é bastante alargada e criteriosa, dentro da qual devo destacar o vinho que acompanhou esta minha refeição, o vinho algarvio “Barranco Longo Rosé”, uma excelente escolha. O restaurante dispõe também da opção de vinho a copo.

Para a ementa ficam os incontornáveis cinco Barriganas.

O preço é um pouco mais elevado, ronda em média os 30 euros por pessoa, o que nos dias de hoje é um pouco “puxado”, apesar disto, considero que, para a excelente qualidade da casa, do atendimento e, acima de tudo, da comida é um valor que é bem empregue.

Ficam os quatro Barriganas para o preço.

Este é um excelente sítio para celebrar uma ocasião especial e para partilhar com pessoas especiais.

Experimentem. O Barrigana recomenda.

Fotos e Design por: Shot Frame – www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept


1 comentário:

  1. Este é daqueles que já estou a 'afiar o dente'. Beijinhos Linda

    ResponderEliminar