segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Barrigana na Terceira I - Comida Caseira

Olá minha gente,

Como já vos disse aqui, o Barrigana fez há pouco tempo uma "pausa" para visitar a Ilha Terceira nos Açores.
Foram alguns dias fantásticos, onde pudemos explorar mais e melhor a beleza natural e riqueza gastronómica que esta ilha oferece, para além de, matar as saudades da família.
Como não podia deixar de ser, tudo isto levou a um sem número de experiências gastronómicas (e não só) às quais eu, muito contrariado, me submeto. São os chamados "ossos do ofício".
Por isso, nos próximos tempos vou fazer-vos uma descrição da minha viagem, onde e o que comi e também algumas outras experiências que, na minha humilde opinião, valem a pena na Ilha Terceira.
Hoje começo por fazer uma pequena homenagem a todos aqueles que, tão bem, nos receberam em suas casas e que se deram ao trabalho de preparar umas fantásticas refeições, umas mais tradicionais, outras menos, que nos maravilharam.
Um dos benefícios de termos familiares em certos sítios, é o facto de podermos desfrutar dos sítios como se fossemos locais, temos acesso aos sítios mais escondidos, mais únicos, aos restaurantes mais tradicionais, os tesouros escondidos e os petiscos e delícias mais particulares, fora dos guias turísticos e muitas vezes até sem sair de casa.
No meu caso eu tive vários aliados locais que nos deram a oportunidade e a honra de provar os seus pratos.
Em primeiro lugar, as Alcatras. Provei duas, as duas obras da Dª. Didi (muito diferentes do habitual), uma de Cabra e outra de Galinha caseira, ambas uma perdição, a carne parecia manteiga de tão macia e muito bem temperadas. De facto, disseram-me que nesta ilha se faz Alcatra de quase tudo, desde carne e peixe (mais habituais), até de batatas, couves, búzios, caranguejos, feijão... desde que sejam bem feitas.
Tenho que mencionar também a sua galinha frita, digna de ser provada e melhor da que a de vários restaurantes.

Depois passando a outros sabores. Como devem perceber, nestas ilhas é difícil comer má carne de vaca, afinal de contas (como diz a canção) esta, e as outras, é a Ilha das Vacas Felizes, vê-mos vacas por todo o lado, muitas vezes até nos locais mais inacessíveis e este "estilo de vida" realmente produz leite, queijos, iogurtes, natas...e carne de alta qualidade. Num dos dias o almoço foi literalmente um "Sr. Dr. naco de carne de vaca" grelhado apenas com sal e pimenta. Carne macia, tenra e suculenta, cozinhado no ponto. Maravilhosa cortesia da minha irmã!
Noutro dos dias, tivemos uma "burguer night in", hambúrgueres de vaca na grelha, acompanhados por bacon, queijos e ovo servidos em pão de leite de uma padaria da zona. Suculentos e bem temperados, tudo isto obra do meu cunhado Dino. Juntaram-se alguns amigos, abriu-se uns vinhos e umas cervejas e já está, uma noite bem passada.

Por último, le pièce de résistance, uma espécie de segredo bem escondido e exclusivo para alguns sortudos que têm a sorte e a honra de conhecer o Márcio e o Tiba da Pastelaria Sta. Bárbara (perto do quartel dos Bombeiros Voluntários de Angra).
É verdade, graças ao meu tio Fernando (também ele um amante das lides culinárias e de sabores “diferentes”) que pude provar a famosa “Rabada” (à Brasileira) feita pelo “mestre” Tiba, um brasileiro radicado na Terceira.
Quando chegámos, a porta da pastelaria fechou-se, sim, esta refeição é só para convidados, senti-me lisonjeado. Desde logo a amena conversa deu lugar a uma pequena entrada de queijo que nos levou à mesa e à tão esperada Rabada que consiste em nada mais, nada menos, do que rabo de boi (ou vaca neste caso específico) lentamente estufado até a carne ficar macia como seda, bem condimentado, com um molho rico e acompanhado pelo tradicional arroz branco e farofa. Isto sim é comfort food.

Como podem ver fomos muito bem tratados nesta estadia na Terceira, com amizade, simpatia e claro com maravilhosos petiscos caseiros.

Obrigado a todos!

Fotos por Shot Frame - www.shotframe.pt / facebook.com/shotframept



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